Manifesto dos 30 anos

 Eu não aceito ser colonizada!

Não sou uma mata virgem esperando ser predada por um colonizador, por alguém que vai trazer progresso ou me civilizar. Não sou uma selvagem, sou uma mulher.

Não quero ser salva por ninguém. Não estou no caos.

Quando se nasce mulher você está sempre (ou quase sempre) com defeito e esperam que você aceite que um homem venha te consertar, te salvar da "decadência" de si mesma, te guiar porque, supostamente, ele é capaz de não te deixar "se perder" e precisa dar sentido a sua vida. Sem ele, você estaria perdida, jogada no ostracismo social. 

"Quando casar ela sossega", "quando tiver filho ela vai dar atenção as coisas "importantes" da vida (a saber, família dos anos 50).

Não quero ser guiada. Eu sou minha própria guia.

Não saí da autoridade de pai para um marido. Eu sou minha própria autoridade. 

Não existe ninguém neste mundo e homem nenhum neste mundo que entenda a minha vida melhor do que eu. É por isso que, mesmo apaixonada, eu não entrego as rédeas do meu ser a ninguém.

Relacionamento tem que ser construção e não salvação.

A Eupora solidificou o mito da mulher selvagem. Esta seria a que fala por si, que tem seus próprios desejos e que age como protagonista da própria vida (e não a melhor amiga). Durante a caça as bruxas, qualquer mulher que desviasse um pouco do padrão estaria copulando com o demônio e seria uma bruxa. Logo, torturada. Depois, a mulher oitocentista devia ser SALVA de seus próprios desejos com o casamento (pra conter a sexualidade feminina ela precisava se entregar a um homem que pudesse corrigi-la), e através da maternidade (a mulher mãe seria salva dos seus próprios desejos ao abdicar de sua vida para criar seus filhos). O homem, curiosamente, apesar de cometer os maiores crimes contra a huminidade em todos os tempos, não precisava ser salvo.

A todas nós que somos tratadas pela família, pelo Estado, pela religião, pela direita, pela esquerda, como se tivéssemos que ser corrigidas RESISTAM.

O sonho

 O abraço feliz que trouxe afago

O riso largo desencontrado

A ausência de um querido sem motivo

A preocupação do ocorrido contigo

E aquelas pessoas que eu não entendia?

Uma surpresa de algo que não sabia.


11/05/2020

o luto da pandemia

 O vazio de perder alguém 

é como um eco dentro de nós

Que nos deixa confusos e instáveis

Flutuando em nossa realidade

Com medo do que virá

Nem felizes, nem tristes os fuciente

Apenas apáticos


(maio, 2020)

A dor da ausência

Se foram os primeiros

Com peequenos sintomas internados

Mas não percebemos

Logo a atenção invadiu nossas casas

E levou a quem amávamos


Longe, com poucas notícias

Acreditando na recuperação

Já não era algo fraco, nem disfarçado

Ela nos pegou


E pelas horas do dia esperávamos tristes notícias

Que nos rasgou de dentro pra fora

Nos tirando o chão

É como se não fosse real

É como se fossem voltar


Os ausentes

Nós, eles

Distantes

Sem o "eu te amo"

Sem o "tchau"


E assim foram criando um buraco em nós

Vagando sozinhos pela eternidade

Sem olhar pra trás

Sozinhos

Eles, nós


[pandemia, maio 2020]

07 ou 08/05/2020

 Morreu uma parte de mim

Enterrada nesta pandemia

Junto com sonhos e amores meus

Era muito do que eu tinha


E a apatia me dobrou

Vem tirando a alegria

E esperança de dias festivos

Que até eu nutria


Vazia, mas prestes a explorir

Uma intragável dicotomia

que não me deixa dormir


Trancafiada nessa triste melodia

Por ti sigo aqui também

Nunca mais seremos os mesmos

Mergulhados no desdém

Início

Uma ligação

Um suspiro

A mensagem de texto

E o sorriso

Da janela do ônibus via tudo começar

Na longa viagem pude sonhar

Dois tímidos

O palpitar e o medo

Visto no olhar

Sorrisos cerrados no ar

...


[texto de 2020]



Chega

 Que dias insuportáveis!

Está difícil resistir

É como se fôssemos uma panela de pressão

Prestes a explodir

Está cada dia mais difícil resistir

A tanta violência

A tanto descaso

Chega de tanto sofrer na mão da elite

Chega de ser alvo


[texto de 2020]

 

Talvez eu esteja passando pelo período mais difícil da minha vida.

Meu chão sumiu, minhas forças se esvaem e não consigo olhar um palmo diante de mim que faça sentido. Mas se tem uma coisa que sei sobre mim é que sou uma sobrevivente e por mais que fases difíceis me abalem muito, elas não me destroem. Nisso eu confio plenamente. Há uma força aqui dentro, creio que dada por Deus, que me ajuda a não desistir de mim mesmo quando acho que tudo se perdeu.

8/8/18

 Parece que os dias passam voando. Como se eu estivesse presa apenas a um fio flutuando no meio deles,  dentro de uma matrix olhando de um lado para o outro sem entender bem o que acontece.

Não são dias maus. Pelo contrário, tudo vai bem.  São apenas dias onde a sua própria existência não faz sentido. Como se olhasse a vida de fora. Não o que as pessoas fazem, mas as escolhas que você mesmo faz. Aonde quero ir? Por que o futuro é uma grande névoa?

Meus livros

 Que alegria! Uma nova versão minha: a Tainara escritora. ❤

Em 2020 comecei com minha descoberta por antologias e coletâneas (livros com textos escritos por diferentes autores sobre temas específicos). Desde então, tenho alguns textos e fotografias publicados em + de 15 livros pra lá de especiais.

















 
Coletânea Amor que não se mede
 Editora: S.F acompanhamento Editorial
 Conto: Confusão, amor, distância

O conto trata de uma carta enviada por uma esposa a seu esposo ausente (para mais detalhes, adquiram um exemplar). 
Apesar de ter outros textos aceitos antes, este foi o PRIMEIRO exemplar físico a que tive acesso. E só posso dizer que é uma alegria sem tamanho realizar um sonho, pegar o livro na mão, ver o meu nome ali! 


-----------------------------------------------------------------
Antologia Quarentena Poética - Volume I
 Editora: MWG
 Conto: Náufragos

Submeti meu poema Náufragos que trata do momento de isolamento social que estamos vivendo. Confesso que considero o poema muito bonito e sincero. Foi uma boa surpresa ser aceita nesta coletânea e lindo demais recebê-la. <3 



--------------------------------------------------------------------------

Coletânea: Laços de Amizade 
 Editora: Perse - Projeto Apparere
 Conto: Carta da saudade

A coletânea reúne textos com foco na amizade. O trabalho da editora foi impecável desde a seleção até a confecção do livro e entrega.  O conto Carta da Saudade  trata de uma carta de uma amiga à outra, que originalmente, foi um texto que escrevi para uma querida amiga. Brindamos nossa amizade com um livro! Confesso que sou apaixonada por esse livro.



---------------------------------------------------------

Coletânea Sobre Mulheres - As melhores coletâneas de 2020
 Editora: Inovar
 Conto: O despertar

Este foi meu primeiro texto aprovado (O despertar) e de cara foi publicado em um livro digital. Lembro que o lançamento foi no dia 09/03, eu estava com minha mãe e irmã quando recebi o e-mail com a grande notícia. Na mesma hora caí em lágrimas de tanta emoção e saí anunciando para meus familiares e amigos mais próximos a novidade. Foi muito emocionante para mim ter um sonho dessa dimensão realizado. O livro está disponível para download no site da editora e não tem versão física. Esse conto que trata sobre o dolorido despertar das mulheres frente as opressões sofridas diariamente.

---------------------------------------------------------
Coletânea: Vamos triunfar 
 Editora: Pragmatha
 Poema: Entre Ausência e presença

Reúne poemas que tratem da temática da pandemia como um tributo à esperança e certeza de dias melhores. O poema Entre ausência e presença trata da insegurança que esse momento me traz, a vontade de estar conectada com os outros e o sentimento de solidão causado pela distância e descaso das autoridades.

------------------------------------------------------------------
Antologia: O amor está nas nuvens 
 Editora: Ruppel 
 Conto: Um tímido amor

Um Tímido Amor é um conto INSPIRADO no início de minha história com o Rafa, narrado por um cupido com muita liberdade poética, claro. Não é uma crônica, mas um conto apaixonante e divertido no qual pude brincar com as palavras e pegar um pouco do que sentimos logo no início para criar uma história que fosse gostosa de ler. Por isso, tem um valor sentimental muito grande e foi difícil justamente por necessitar de um distanciamento para que a escrita fosse feita de modo coerente.

Esse foi o sétimo edital a que fui selecionada. O sétimo livro que participei e só nesse consegui, de fato, me sentir uma autora. 

_________________________________________
Antologia Um amor para chamar de meu
 Editora: Lettre 
✒ Conto: Encontro Gelato ❤

O conto trata de uma apaixonante história de amor platônico que se desenrola por alguns anos. "Um amor para chamar de meu" foi o segundo edital em que fui aceita. Tudo era muito novo pra mim e só de lembrar da minha reação ao ver o e-mail com a aprovação começo a rir.

Em março saiu a versão digital e através de financiamento coletivo conseguimos realizar a publicação física também. Foi muito emocionante ver a meta ficando mais próxima de ser alcançada até receber o e-mail que nos fez pular de alegria: o de que tínhamos alcançado a meta em menos de duas semanas de pré-venda.
O livro reúne 13 lindos contos recheados de amor e aventuras.

---------------------------------------------------------------
Antologia Língua Animal
Editora: Ao Vento Editorial (@aoventoeditorial)
✒ Crônicas:  Amor Animal • O real significado de amar ❤

Essa antologia tem um lugarzinho especial no meu coração, pois conta com duas crônicas escritas com todo meu amor sobre os meus pets: Duffinho e She-Ra.

A antologia reúne poemas, contos e crônicas sobre animais sob diversas perspectivas. Está um trabalho tão lindo e caprichado que só tenho elogios. Toda parte gráfica ficou simplesmente IMPECÁVEL e o tratamento da @aoventoeditorial com os autores é muito especial. Meus pets ganharam bandanas personalizadas nas cores da antologia e eu recebi uma cartinha escrita à mão cheia de carinho.
Agradeço imensamente a oportunidade.

____________________________________________

Antologia Rupturas
Editora: Ao Vento Editorial (@aoventoeditorial)
✒ Crônicas: Uma carta para o céu 


Esse, sem sombra de dúvidas, foi o texto mais difícil que já escrevi. Tão cheio de amor, emoção e saudade "Uma carta do céu" trata da minha carta de despedida para um primo muito amado a qual foi levado bem cedo para um lugar melhor. 

Em 2014, perdi meu melhor amigo de infância, Ariel. Foi algo muito rápido e na época, não consegui assimilar bem o fato para me despedir a altura. Acho que ninguém está preparado para coisas como essa. Ele era iluminado, bom astral, alegrava todos os lugares onde passava. Tinha uma sinceridade fora do comum, era fiel aos seus valores e era tão parte da minha vida e de tantas outras pessoas que foi muito, muito difícil para nós aceitarmos a despedida. 

Quando vi o edital de Rupturas, pensei: acho que está na hora de me despedir. E confesso que foi a dor mais dilacerante da minha alma. Escrevi em meio a soluços e lágrimas e no meio do processo tive a ideia de convidar algumas pessoas para participarem com algumas palavras para serem anexadas ao texto final. O processo não foi difícil só pra mim, acreditem. Mas no último segundo do dia consegui enviar o e-mail submetendo meu texto que, apesar de forte, ficou muito bonito, tocante e sincero. Uma carta cheia de amor para a melhor pessoa que já conheci, meu primo Ariel
                             _______________________________

Coletânea 2020- O mundo parou!! Relatos do período de pandemia
Editora: Perse
✒ Crônica: Nem tão otimista

Feliz, feliz por ter meu texto "Nem tão otimista" publicado junto com tantos bons autores. O texto trata das minhas reflexões sobre a pandemia, lá em maio quando pensávamos que tudo se resolveria rápido.
O considero um texto potente e real, pois me rasguei diante da tela do computador para (conseguir) escrever minhas percepções e inseguranças.
Nem tão otimista continua sendo real para mim e agora o exemplar lindo, lindo está em minhas mãos. ❤

______________________________________________

Antologia Fenômenos da (minha) natureza
Editora: Ao vento Editorial (@aoventoeditorial)
✒ Crônica: Autora de uma vida

Aurora de uma uma vida ♡ é uma crônica escrita em 2018 e reescrita em 2021. Ela relata a certeza do amanhecer em toda e qualquer situação, renovando a esperança e a fé. A crônica é uma homenagem à luz da minha vida, querida sobrinha e afilhada, que tornou tudo mais simples e colorido: Analuz.

                                     ______________________________________________

 Antologia Lentes e Lutas: retratos da resistência

Editora: Hecatombe (@editorahecatombe)
✒ Fotografias 
A antologia Lutas e Lentes: Retratos da Resistência, organizada pela editora Hecatombe, reúne fotografias de protestos ocorridos em território nacional. O livro conta com 3 fotografias minhas do protesto pela educação ocorrido em maio de 2019 no centro do Rio de Janeiro: 1) Mulheres na luta; 2) A universidade pública resiste; 3) Peguem suas armas!. A primeira, a que considero emblemática, é de uma mulher feminista empunhando um cartaz em frente ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro com os dizeres "Mulheres na Luta", a segunda são de alunos da UFRRJ com uma faixa "UFRRJ na luta pela educação" (o que é muito significativo já que fui e sou aluna da Rural) e a terceira de uma jovem com um cartaz se opondo a noção (muito difundida naquela época) de que as armas eram um item essencial para nossa proteção individual.  Fico muito feliz e grata enquanto fotógrafa por ter minhas fotografias publicadas e enquanto militante por ver o que acredito sendo eternizado sob minhas próprias lentes em um livro tão lindo. Quase não contive a emoção ao ver o livro prontinho em minhas mãos. Foi uma sensação única! 

---------------------------

 Antologia Literare: Junho 2021

Editora: IGM (Clube da Literatura)
✒ Conto: Cheirinho de Café
O conto Cheirinho de café narra uma história da incrível dona Maria, conhecida por fazer o melhor café do bairro, cujo cheiro marcante levava a todos para o seu portão. O local se tornou ponto de encontro durante gerações, criando e recriando histórias sob seus olhos e sob o aroma inconfundível do café.

----------------------------------------------

Livro Escravidão e Racismo: 150 anos da Lei do Ventre Livre

EditoraSchreiben
✒ Artigo: Protagonismo negro nas fotografias de
 Albert Henschel nos oitocentos (pp.404-425)

O livro conta com o artigo fruto de minha pesquisa acadêmica em que debato o protagonismo negro em fotografias no Brasil do século XIX, a partir do olhar do fotógrafo Albert Henschel. 
--------------------------------------------------------------

Antologia Mala de Bordo: Prazeres e perrengues de almas viajantes
 Editora: Ao vento editorial
✒ Crônica: De malas prontas rumo a vida

A crônica narra minhas peripécias em minha primeira viagem totalmente só, aos meus 19 anos, para visitar os museus de São Paulo. 


_______________________________________

LINKS PARA COMPRA: 

Coletânea: Amor que não se mede - SF Editorial: https://www.sfeditorial.com.br/romance/amor-que-nao-se-mede

Coletânea: Laços de Amizade - Editora Perse (Projeto Apparere): http://www.apparere.com.br/venda-coletanea-amizade.php

Sobre Mulheres - As melhores coletâneas de 2020- Editora Inovar: https://www.editorainovar.com.br/livros-diversos/

Vamos triunfar - Coletânea Poética - Editora Pragmatha: https://pragmatha.com.br/produto/vamos-triunfar/

 • Antologia: O amor está nas Nuvens - Editora Ruppell: https://editoraruppell.lojaintegrada.com.br/oamorestanasnuvens

• Antologia: Um amor para chamar de meu - Editora Lettre: https://www.editoralettre.com/bookstore

• Projeto Provocações - Editora Pragmatha: https://pragmatha.com.br/produto/provocacoes/

Coletânea de crônicas: 2020 O mundo parou!! Relatos da pandemia - Editora Perse (Projeto Apparere): http://www.perse.com.br/livro.aspx?filesFolder=N1600457273236

Antologias: Língua Animal | Rupturas | Fenômenos da (minha) natureza - Ao vento editorial: https://shopee.com.br/aoventoeditorial

Antologias: Lutas e Lentes: Retratos da Resistência - Editora Hecatombe: https://editoraurutau.com/titulo/lutas-e-lentes-retratos-da-resistencia

 

Invisíveis


O olhar de quem é invisível

Talvez seja o mais penetrante e sensível

Por andar despercebido e quieto

Vendo em todos o desafeto

 

Entende-se que eles não valem o contratempo

Nem são interessantes por um momento

Entram e saem coadjuvantes

Da própria vida se tornam amantes

 

E buscam nos outros a atenção

As súplicas, os gritos, lágrimas em vão

Dentro de casa são um peso     

A vida que logo vira um pesadelo

 

Mas quando se forem, não chorem

Continuem suas vidas e nem implorem

Porque o descaso lhes tirou a cor

A rejeição despiu-os de amor